Na hora de ensinar, qual habilidade escolher para o aluno dominar primeiro?

Sabemos que, em um ensino de línguas estrangeiras, o desenvolvimento das 4 habilidades linguísticas (ouvir, falar, ler e escrever) tem que ser abrangido. E que o objetivo do ensino dessas línguas é fazer com que o aprendiz/aluno possa se comunicar, interando-se com a sociedade da língua-alvo. Ele deverá ter um conhecimento básico da língua e da cultura para poder reagir como se fosse um nativo sem, com isso, ter que ter a pronúncia proficiente de um nativo ou atuar como tal. O sotaque demonstra um ato de coragem da pessoa de mergulhar em um universo desconhecido.

A boa decodificação do enunciado do “input” leva à compreensão da mensagem e posterior “output”. Para que isso ocorra de maneira eficaz, o ouvir tem que ser trabalhado para que os novos sons da língua-alvo sejam reconhecidos e compreendidos.

·      Por que ouvir é a primeira habilidade a ser desenvolvida?

É importante que se desenvolva no aprendiz/aluno o ouvir com compreensão ao nível do significado intrínseco à mensagem, ou seja, o significado global da mensagem.

Tem-se que desenvolver nele a habilidade de audição e compreensão para que, assim, sua comunicação oral ocorra com boa pronúncia, boa entonação (mais importante que a pronúncia pois pode alterar o significado da mensagem) e bom “stress”.

·      Por que é importante que o aprendiz/aluno seja treinado para a audição?

 Porque, por exemplo, alguns sons são pronunciados mais distintamente que outros; em alguns vocábulos pode ocorrer a troncação; certas palavras mudam a pronúncia dependendo do seu significado; alguns fonemas desaparecem na fala e outros são introduzidos.

·      E como treinar o aprendiz/aluno?

Jamais pronunciar palavra por palavra: deve-se falar normalmente, um pouco mais pausadamente para os iniciantes, dando ênfase à entonação e ao “stress”. Na sala de aula, o treino auditivo está sempre presente, desde a primeira aula, seja qual for o assunto. O professor pode escolher fazer um “extensive listening”, em que o objetivo é saber se o aprendiz/aluno foi capaz de perceber os fatos mais importantes do texto oral ou um “intensive listening”, com objetivos específicos de significado, gramática, pronúncia, vocabulário, para criar, no aprendiz/aluno, uma sensibilidade em relação à estrutura da língua.

Fundamental é não se esquecer que a contextualização, a utilização de recursos visuais e a sequência lógica do pensamento facilitam, sobremaneira, a compreensão oral. Com um bom ouvir, a habilidade de falar terá seu “output” facilitado, ocorrendo mais rapidamente e com mais auto-confiança do aprendiz/aluno.

Iracema Guimarães

Fundadora do Instituto Aracatu